Eu nunca fui muito próxima desses assuntos, mas depois que eu conheci a Ana & Cia (que inclui vc e a Vanessa), um mundo de possibilidades se abriu. E o mais legal é que eu nunca tinha pensado como essa temática pode se conectar - pelo menos um pouco - com a minha área de pesquisa no mestrado.
Brevemente, estou estudando indústria frigorífica e os Guarani-Kaiowá. Nesse role vc vai percebendo como a alimentação, algo tão essencial, quando vem do agronegócio, na verdade é um veículo de morte. Isso porque a forma como produzimos a comida além de não alimentar todos, embora tenhamos capacidade técnica para tal, esta destruindo o planeta. E ai que entender o modo de produção Guarani Kaiowá - que foi drasticamente afetado por diversos fatores, sobretudo pela perda do território - é entender como é possível alimentar sem matar.
Enfim, nesse role todo, esses assuntos, como esse da sua news, parecem se conectar muito bem por estamos trabalhando na mesma dimensão: capitalismo, colonização, destruição de modos de vida tradicionais, resistência e por ai vai.
Não sei se viajei, será?
Adorei o texto, adoro entrar em contato com essas discussões.
E olha... se você viajou, eu fui junto e feliz porque a raiz de muita coisa é nesse caminho mesmo. Um papo que tenho em sala de aula de vez em quando é se o alimento é um direito fundamental ou um produto. E daí que vamos chegando em como há uma cadeia produtiva problemática em vários pontos. Não sei se é possível expandir os métodos produtivos dos Guarani Kaiowá ou de qualquer outro povo originário para alimentar 8 bilhões de pessoas, mas o fato é que os métodos mais comuns hoje não cumprem esse objetivo. E achar os caminhos que ajudam a resolver esse dilema é algo que envolve não apenas a percepção teórica deles, mas também formas de implementá-los.
Fiquei bem curioso com sua pesquisa, me avisa quando publicar alguma coisa!
Woohoo, adorei! Descobri mês passado que fizeram o conceito de lunarpunk, já ouviu falar? Tem uma coletânea saindo aí solarpunk/lunarpunk, usa justamente esse conceito figurado pra contrapor solar com lunar. Mas eu fiquei meio em dúvida acerca dessa extrapolação, se não é forçar um pouco a barra.
E sobre o lunarpunk... ele foi proposto como algo complementar/similar ao solarpunk mas com mais foco nos aspectos sociais/espirtuais da coisa. E do ponto de vista estético, indo menos pra plantas, dia, vidro e amarelo/verde e mais pra fungos, noite, bioluminescência e azul/roxo. A "forçação de barra" é algo que muitas estéticas -punk são "acusadas" de fazer, especialmente por ignorarem justo o sufixo que as une. Acho que isso é algo que dá pra analisar pensando se tem obras saindo dali com alguma coerência ou não, mas se escavar a internet vai achar stonepunk, sandalpunk, bronzepunk, clockpunk, dieselpunk, teslapunk, atompunk... a lista não acaba. E cai também no que as pessoas podem proppor como uma estética e no que os leitores, o mercado e a academia vão realmente chancelar como uma.
Nunca fui fã das estéticas punks justamente por me soarem niilistas demais, e isso foi o que me encantou na solar punk, justamente saber que parte do que é posto ali é factivel no mundo atual, e em partes, já acontece e tem o poder de estender a nossa vida na terra. Vejo muito solar punk quando se fala em povos originários, movimento slow, decolonização e afins...
Deixando uma sugestão, bolo'bolo. Uma leiturinha curta, viajada mas bacana, além disso, o canal @Andrewism no YT.
Sim, acho que no fim das contas o punk do solarpunk vem justo de ir contra essa corrente de niilismo, minimalismo e afins em que estamos sendo jogados. Uma esperança de quem não espera, mas faz.
Eu nunca fui muito próxima desses assuntos, mas depois que eu conheci a Ana & Cia (que inclui vc e a Vanessa), um mundo de possibilidades se abriu. E o mais legal é que eu nunca tinha pensado como essa temática pode se conectar - pelo menos um pouco - com a minha área de pesquisa no mestrado.
Brevemente, estou estudando indústria frigorífica e os Guarani-Kaiowá. Nesse role vc vai percebendo como a alimentação, algo tão essencial, quando vem do agronegócio, na verdade é um veículo de morte. Isso porque a forma como produzimos a comida além de não alimentar todos, embora tenhamos capacidade técnica para tal, esta destruindo o planeta. E ai que entender o modo de produção Guarani Kaiowá - que foi drasticamente afetado por diversos fatores, sobretudo pela perda do território - é entender como é possível alimentar sem matar.
Enfim, nesse role todo, esses assuntos, como esse da sua news, parecem se conectar muito bem por estamos trabalhando na mesma dimensão: capitalismo, colonização, destruição de modos de vida tradicionais, resistência e por ai vai.
Não sei se viajei, será?
Adorei o texto, adoro entrar em contato com essas discussões.
E feliz aniversário <3
Brigado!
E olha... se você viajou, eu fui junto e feliz porque a raiz de muita coisa é nesse caminho mesmo. Um papo que tenho em sala de aula de vez em quando é se o alimento é um direito fundamental ou um produto. E daí que vamos chegando em como há uma cadeia produtiva problemática em vários pontos. Não sei se é possível expandir os métodos produtivos dos Guarani Kaiowá ou de qualquer outro povo originário para alimentar 8 bilhões de pessoas, mas o fato é que os métodos mais comuns hoje não cumprem esse objetivo. E achar os caminhos que ajudam a resolver esse dilema é algo que envolve não apenas a percepção teórica deles, mas também formas de implementá-los.
Fiquei bem curioso com sua pesquisa, me avisa quando publicar alguma coisa!
Woohoo, adorei! Descobri mês passado que fizeram o conceito de lunarpunk, já ouviu falar? Tem uma coletânea saindo aí solarpunk/lunarpunk, usa justamente esse conceito figurado pra contrapor solar com lunar. Mas eu fiquei meio em dúvida acerca dessa extrapolação, se não é forçar um pouco a barra.
E parabéns!
Valeu!
E sobre o lunarpunk... ele foi proposto como algo complementar/similar ao solarpunk mas com mais foco nos aspectos sociais/espirtuais da coisa. E do ponto de vista estético, indo menos pra plantas, dia, vidro e amarelo/verde e mais pra fungos, noite, bioluminescência e azul/roxo. A "forçação de barra" é algo que muitas estéticas -punk são "acusadas" de fazer, especialmente por ignorarem justo o sufixo que as une. Acho que isso é algo que dá pra analisar pensando se tem obras saindo dali com alguma coerência ou não, mas se escavar a internet vai achar stonepunk, sandalpunk, bronzepunk, clockpunk, dieselpunk, teslapunk, atompunk... a lista não acaba. E cai também no que as pessoas podem proppor como uma estética e no que os leitores, o mercado e a academia vão realmente chancelar como uma.
é punk que não acaba mais, né?
Nunca fui fã das estéticas punks justamente por me soarem niilistas demais, e isso foi o que me encantou na solar punk, justamente saber que parte do que é posto ali é factivel no mundo atual, e em partes, já acontece e tem o poder de estender a nossa vida na terra. Vejo muito solar punk quando se fala em povos originários, movimento slow, decolonização e afins...
Deixando uma sugestão, bolo'bolo. Uma leiturinha curta, viajada mas bacana, além disso, o canal @Andrewism no YT.
✌🏼
Sim, acho que no fim das contas o punk do solarpunk vem justo de ir contra essa corrente de niilismo, minimalismo e afins em que estamos sendo jogados. Uma esperança de quem não espera, mas faz.
Abraço!
Não conhecia solar punk direito, sempre ouvi falar. Achei lindo descobrir. Tão lindo que me deu vontade de virar livros solar punk
o solar punk é lindo.
conheça o canal @Andrewism no YT.
O canal parece bem interessante, me inscrevi aqui! Valeu!
Acho que seu estilo de vida aí combina bastante com o gênero. E tem o lado da espiritualidade também, que tem tudo a ver!
Vou ouvir a playlist! Muito completa a news. E feliz aniversário 💛
Valeu!!! E muito obrigado pela ajuda, sem você acho que essa edição não teria saído!
Aí Thiago, vc é muito inteligente. Obrigada por esse apanhado, aprendi pacas. E feliz aniver de novo!
Brigado!!! E feliz que curtiu o post!
adoro o tema do solarpunk, que pesquisa ótima vc fez!
e aahhhhhh feliz aniver! parabéns pelo seu dia e muitos desejos realizados! <3
valeu!!! Tenho lido umas coisas aqui e ali, talvez um dia eu faça a parte dois desse post.