"Cantar era buscar o caminho que vai dar no sol"
Newsletter para ler ouvindo “Nos bailes da vida” enquanto buscamos o caminho. Vem comigo e confia.
Milton Nascimento - Nos Bailes Da Vida
"Todo artista tem de ir aonde o povo está"
É isso, foi o que rolou essa semana.
Participo de um podcast com as escritoras Ana Rüsche e Vanessa Guedes, o Incêndio na Escrivaninha. Passei os últimos dias produzindo vídeos com os áudios dos episódios, subindo para o Youtube, configurando canal, descrição, legendas, cabeçalho, etc. Tudo isso para um conteúdo que já estava disponível, mas não dessa forma. Por quê?
Porque há ouvintes que preferem o Youtube. Seja por trabalharem em computadores em que não podem colocar arquivos de audio ou usar o podcast, seja por ter o site sempre aberto. Independente do motivo, todo artista tem que ir aonde o povo está.
Esse era um desejo antigo por algo até mais urgente: a acessibilidade trazida pelas legendas automáticas. Não temos condição financeira ou mão de obra para transcrever nossos episódios, e, apesar dos pesares, a legendagem automática é uma forma de alcançar pessoas com deficiência auditiva ou que preferem não ouvir. Todo artista tem que ir aonde o povo está.
Eu fico lembrando do filme que eu conheço sem nunca ter assistido, o do “se você construir, eles virão” e… ouso discordar. Não basta construir. Tem que botar a boca no trombone, e tem que construir onde eles conseguem chegar. E abrir quando eles puderem vir.
Eu abri minha newsletter na longínqua edição #001 reclamando de algoritmos e redes sociais, e aqui estou quase me contradizendo. Mas não, não falo de sacrificar a própria alma a Algortimo, mas em orpotunizar ao público o acesso.
"Foi nos bailes da vida"
ou num bar em troca de pão.
No baile ou no bar, em troca do pão, o alimento. Mas impossível interpretar uma música mineira, de 1981, sem considerar a ótica cristã, ou melhor, católica.
O pão, pagamento ao artista, metáfora para alimento ou dinheiro, passa a ser também o alimento da alma. E atrás do pão, seja concreto ou metafórico, o artista não mede esforços. Nada era longe, tudo é tão bom.
Até a estrada de terra na boléia de caminhão
A necessidade e o prazer de ser ouvido compensam o sacrifício. Temos que percorrer essas estradas online de terra pixelada, e nessa boléia de caminhão que atravessa os dados na nuvem.
A contação de histórias vem desde as fogueiras, naquele jogo evolutivo desengonçado em que a língua, a tecnologia e a organização social puxavam umas às outras numa sinergia que culminou em nossas histórias escritas, audiovisuais, auditivas, em ondas moduladas, replicadas e telas de luz fria. O artista, o músico, o contador de histórias independente do meio estava lá, não importando se quem pagou quis ouvir.
Se foi assim, assim será.
Cantando me desfaço, não me canso
De viver nem de cantar.
Ou contar.
Abraços ictiomercuriais,
Thiago Ambrósio Lage (@thamblage)
P.S.
O Incêndio na Escrivaninha, podcast que apresento junto das escritoras Ana Rüsche e Vanessa Guedes, retorna de uma pausa esta semana. Venha nos ouvir e conhecer nossa árvore de links. Além disso estamos com perfil no Twitter e canal no Youtube.
Obrigado pela leitura!
Se gostou da newsletter, pode querer conferir o que tenho produzido como escritor em meu site, e como podcaster no Incêndio na Escrivaninha, junto das escritoras Ana Rüsche e Vanessa Guedes. E leiam as obras da Plutão Livros! Ou pode querer apenas me seguir nas redes twitter, instagram e facebook e ficar por dentro de minhas bobagens e novidades.